sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Futuro


Mal sabia ele que o seu maior amor teria o mesmo destino de cadela que teve sua mãe, sua avó e todas as mulheres das gerações anteriores. Talvez ele voltaria a procurar o a psicopata que o fez sofrer, beber e vomitar, gritar e chorar, odiar e se masturbar. " Antônia!"

E onde estava agora sua esposa? vendendo um corpo desfigurado! ele voltaria a procurar Antônia... mas ela estava tão igual a sua atual companheira de miséria.

Mas vem, idiota, para beijar e reviver toda a mágoa, com um anjo perfeito (somente em seus sonhos). Anjo que mais tarde acabará por matá-lo de várias doenças causas pelo seu próprio castigo.

O importante é amar e ir destruindo-se lentamente para desfrutar a dor, ir consumindo-se entre os vermes deploráveis que são as vagabundas baratas que sobraram para a companhia de pessoas do mesmo nível.

"Degradação! degradação!- brindemos querido leitor.

E ele odiou tudo por não poder ter sua ex novamente, se ao menos ela não o tivesse traído... não teria se casado com outra mulher. Quis matá-la, porém não teria coragem e sequer forças para tal.

Cabisbaixo, magro, roupas sujas e uma dor insuportável. Ainda conservava alguns poucos traços da beleza que havia tido, porém muito fugas abaixo dos cabelos compridos, da barba por fazer e do cheiro de álcool.

Ali estava o fim de um mero vira-lata que já havia sido um semi-deus a menos de três anos: pó, pó, pó e caixão, e velório e missa de corpo presente!

Neste dia, Antonia não se permitiu sequer uma lágrima, julgou que ele não a merecia, apenas anotou na agenda, para caso tivesse tempo: Cemitério Santo Expedito, ala 2, túmulo 4.

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